sexta-feira, 31 de julho de 2009
LE CAFÉ DU RÊVE
Essa foto é antiga, provavelmente do inverno de 2000, no Bar do Cidão, em Pinheiros, São Paulo. Nessa época Dona Inah ainda não tinha disco gravado e eu nem pensava em vir morar no Rio de Janeiro. Adorava ser sozinha, leve e solta em Çampa City. Os cabelos curtíssimos foram durante muito tempo minha marca. Hoje eles estão mais longos e o resto é saudade. A foto é da craque do P&B, minha amiga Ana Carolina Andrade, fotógrafa incansável do mundo do samba em São Paulo. Foi da Carol que herdei o meu laboratório fotográfico, há algum tempo esquecido ali no quarto de empregada. Uma pena! Espero trazer à luz mais fotografias no quarto escuro, bem como espero, em breve, rever a amiga e ouvir Dona Inah! Salve, salve!
quinta-feira, 30 de julho de 2009
sexta-feira, 24 de julho de 2009
NÃO VOU PRO CÉU
"teu sorriso é uma navalha
que abre o meu coração"
Aproveito o silêncio destes dias sozinha em casa para ouvir joão. e ouço diariamente, duas vezes ao dia, pelo menos. As letras são lindas e o violão doce, mais lírico do que nunca. É um disco que me remete ao passado, possui uma ancestralidade latente, não só por trazer de volta a parceria João Bosco e Aldir Blanc, que foi tão importante pra música brasileira e que volta com força em quatro faixas do disco, mas também pela sonoridade (palavrinha tão em moda ultimamente) que é tão limpa, água pura da fonte. E a fonte aqui é, obviamente, Orlando Silva, João Gilberto, Caymmi, as paisagens mineiras e, claro, o nosso Rio de Janeiro. Sete das treze faixas é só voz e violão, o que evoca um intimismo grande, é como se o João tivesse ali no meu sofá tocando... Quem dera!!! Aldir colocou letra em “Mentiras de verdade” e “Plural singular” e João fez música os poemas “Navalha” e “Sonho de caramujo”. "Jimbo no Jazz" é ótima, parceria com o velho malando Nei Lopes. Os contorcionismos vocais de João estão praticamente ausentes, restou um intérprete que se não vai pro céu, nos deixa nas nuvens!
que abre o meu coração"
Aproveito o silêncio destes dias sozinha em casa para ouvir joão. e ouço diariamente, duas vezes ao dia, pelo menos. As letras são lindas e o violão doce, mais lírico do que nunca. É um disco que me remete ao passado, possui uma ancestralidade latente, não só por trazer de volta a parceria João Bosco e Aldir Blanc, que foi tão importante pra música brasileira e que volta com força em quatro faixas do disco, mas também pela sonoridade (palavrinha tão em moda ultimamente) que é tão limpa, água pura da fonte. E a fonte aqui é, obviamente, Orlando Silva, João Gilberto, Caymmi, as paisagens mineiras e, claro, o nosso Rio de Janeiro. Sete das treze faixas é só voz e violão, o que evoca um intimismo grande, é como se o João tivesse ali no meu sofá tocando... Quem dera!!! Aldir colocou letra em “Mentiras de verdade” e “Plural singular” e João fez música os poemas “Navalha” e “Sonho de caramujo”. "Jimbo no Jazz" é ótima, parceria com o velho malando Nei Lopes. Os contorcionismos vocais de João estão praticamente ausentes, restou um intérprete que se não vai pro céu, nos deixa nas nuvens!
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6. Desnortes (João Bosco e Francisco Bosco)
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9. Jimbo no
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11. Ingenuidade (
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quarta-feira, 22 de julho de 2009
a imagem aí embaixo não foi criada de maneira aleatória, surge em um momento de aterrisagem, de colocada dos pés no chão. a idéia de árvore, forte, grande, sombra boa, abrigo e alimento vem misturada com a vontade de transformar o 'eu' que me rege, de me tranformar. a metáfora da árvore me parece exata. gosto de criar raízes, de possuir meu espaço, de transformar a paisagem. e gosto também de ser abrigo, alimento e prazer. a vontade é de florescer, dar frutos e sementes. mas se eu fosse árvore mesmo seria um ipê, florido e amarelo. se eu fosse árvore, queria o esplendor do amarelo em mim.
segunda-feira, 20 de julho de 2009
sábado, 18 de julho de 2009
MEMÓRIA DO MUNDO
D. Pedro II, último imperador do Brasil, era um homem apaixonado por fotografia. Tinha ele pouco mais de dez anos de idade quando pode conferir no largo do Paço Imperial um abade francês tirar os primeiros daguerreótipos feitos no Brasil. D. Pedro tornou-se fotógrfo e um grande colecionador de imagens de pessoas e do mundo. Sua coleção, mantida pela Biblioteca Nacional desde 1892, recebeu da Unesco, no início de setembro, o título de “Memória do Mundo”. Por desejo do imperador o conjunto das fotografias é conhecido como Coleção Imperatriz Thereza Cristina. Trata-se do maior acervo público de imagens do século XIX. Outra grande coleção de fotografias do século XIX pertence ao Instituto Moreira Salles. Todo ano a Biblioteca Nacional abre edital para pesquisa em seu acervo. A Coleção Thereza Cristina é apenas uma parte do grande acervo da Biblioteca Nacional. Como quase todos sabem, sou pesquisadora de fotografia, defendi uma dissertação de mestrado sobre as imagens de Marcel Gautherot durante a construção de Brasília e achei natural buscar as origens da fotografia no Brasil e foquei meu interesse nessa majestosa coleção. Após alguns dias de pesquisa na seção de iconografia da Biblioteca Nacional pude formatar um projeto e me canditei a uma das 12 vagas do edital (4 delas para mestres). E não é que meu projeto foi aprovado e agora sou umas das mais novas pesquisadoras daquela isntituição? Nem preciso dizer como estou feliz! Trata-se de um prêmio, pois não é uma pós-graduação, o que é um diferencial enorme no curriculum de qualquer pesquisador. Adoro fotografia, adoro estudar o Brasil, adoro arquivos, adoro trabalhar com memória!! E agora? Agora é trabalhar!!!
Crédito das imagens: Coleção Thereza Cristina/Acervo Biblioteca Nacional
Crédito das imagens: Coleção Thereza Cristina/Acervo Biblioteca Nacional
sexta-feira, 17 de julho de 2009
50 ANOS SEM BILLIE HOLLIDAY
Há exatamente 50 anos perdemos Billie Holiday! Não dá pra passar em branco. E preciso dizer que estou emocionada ouvindo seus discos desde ontem. As palavras são dispensáveis, basta ouví-la cantar!
terça-feira, 14 de julho de 2009
PESCADOR DE PÉROLAS
Depois de 15 dias com uma puta gripe que não saia de mim de jeito nenhum, uma tosse absurda e todo o pacote que vem junto, me deu uma vontade louca de fumar um cigarro. Sim, fiquei 15 dias sem fumar um cigarro sequer...e a garganta aguenta e o prazer é grande! A culpa talvez seja do café que acabei de tomar, do clima tão gostoso de estar sozinha e feliz em casa e do 'Pescador de Pérolas' que ouço agora. E, por favor, fumo no máximo um maço de cigarro por semana, quando fumo!! Bom, mas tudo isso pra falar um pouco do Ney Matogrosso, que gosto bastante! Ney é um artista versátil, super talentoso e já deu várias contribuições para história da nossa música popular brasileiro. 'Pescador de Pérolas é uma delas. O disco é lindíssimo e nem preciso falar do violão de Raphael Rabello que o acompanha e que faz toda a diferença!! O registro não é digno do encontro em qualidade, mas vale assim mesmo!
segunda-feira, 13 de julho de 2009
O FIO DA AMIZADE
Ontem foi um dia muito especial. Minha querida amiga Cibele está grávida e vai pra São Paulo ter o filho daqui a uns dias. Em sua estada no Rio de Janeiro fez grandes amizades. Eu me orgulho de ser uma de suas amigas, e a palavra aqui não é gratuita. Cibele é uma pessoa que dispensa o superfical, vai fundo nos seus sentimentos, na sua delizadeza, nos seus afetos. Ontem ela nos brindou com um almoço incrível, deliciosamente delicioso! Bom papo, carinho, afeto, nhoque artesanal de mandioquinha, vinho, bolo, café e aconchego num domingo frio e ventoso. Tudo isso pra gente celebrar a vida do seu bebê, fruto lindo de seu desejo e de seu amor. Reunidas aqui em casa, fomos todas convidadas a trazer um retalho ou um pedaço de algum tecido para que a própria Cibele possa, antes do parto, alinhar através de suas talentosas mãos, uma colcha para abrigar o pequeno Francisco. Essa colcha, símbolo de afeto, abrigo, calor, amizade, carinho e amor, será o amparo primeiro de seu filho, que não é só ela que espera, mas todas nós que a amamos e torcemos pela sua saúde e alegria! No final da tarde ela tinha em mãos um pequeno pacote de retalhos, e eu me perguntava, como pode um punhado de retalhos ser tão especial? O meu retalho é um pedaço de uma das roupinhas da Clarice ainda bebê: Dani trouxe uma estampa que ela mesma desenhou; Jane trouxe vários retalhos dos tecidos que ela trabalha diariamente em seu ateliê e Cris uma estampa em jacquard que ela interferiu e deixou mais leve e delicada, enfim... pedaços de memória e de cumplicidade. Viva Francisco! Obrigada Cibele pela amizade que nos fortalece!
sábado, 11 de julho de 2009
TRÊS COISAS
Três coisas pra mim no mundo
Valem bem mais do que o resto
Pra defender qualquer delas
Eu mostro o quanto que presto
É o gesto, é o grito, é o passo
É o grito, é o passo, é o gesto
O gesto é a voz do proibido
Escrita sem deixar traço
Chama, ordena, empurra, assusta
Vai longe com pouco espaço
É o passo, é o gesto, é o grito
É o gesto, é o grito, é o passo
O passo começa o vôo
Que vai do chão pro infinito
Pra mim que amo estrada aberta
Quem prende o passo é maldito
É o grito, é o passo, é o gesto
É o passo, é o gesto, é o grito
O grito explode o protesto
Se a boca já não dá espaço
Que guarde o que há pra ser dito
É o grito, é o passo, é o gesto
É o gesto, é o grito, é o passo
É o passo, é o gesto, é o grito.
Mário Lago
Valem bem mais do que o resto
Pra defender qualquer delas
Eu mostro o quanto que presto
É o gesto, é o grito, é o passo
É o grito, é o passo, é o gesto
O gesto é a voz do proibido
Escrita sem deixar traço
Chama, ordena, empurra, assusta
Vai longe com pouco espaço
É o passo, é o gesto, é o grito
É o gesto, é o grito, é o passo
O passo começa o vôo
Que vai do chão pro infinito
Pra mim que amo estrada aberta
Quem prende o passo é maldito
É o grito, é o passo, é o gesto
É o passo, é o gesto, é o grito
O grito explode o protesto
Se a boca já não dá espaço
Que guarde o que há pra ser dito
É o grito, é o passo, é o gesto
É o gesto, é o grito, é o passo
É o passo, é o gesto, é o grito.
Mário Lago
quinta-feira, 9 de julho de 2009
quarta-feira, 8 de julho de 2009
domingo, 5 de julho de 2009
DISCOS À MANCHEIA
passei o final de semana arrumando os mais de mil CD's que estavam entupindo a minha estante na sala. dei uma geral violenta. tirei poeira, joguei fora algumas coisas, organizei por temas e afins... infantil, cantoras de mpb e de jazz, instrumental brasileiro, jazz, jazz, jazz, erudita, samba, latinas, cantores e grupos de mpb, enfim... arrrumação total!! e tudo começou porque eu queria ouvir 'kind of blue', do miles davis no som da sala, bem alto, e não no computador. procurei, procurei e não encontrei, mas pelo menos organizei tudo! separei uma caixa gigante de papelão que veio com a televisão nova, enchi com pilhas e mais pilhas de CD's e mandei tudo pra casa do pai da minha filha, vejam como eu sou legal!!! fiquei com o que eu mais gosto, com o que eu já tinha e que não era pouco, com o que eu não poderia deixar de ter.... certas coisas não podem ser separadas da gente depois de algum tempo.... falo isso mas acho que o desapego das coisas materiais deve ser um exercício constante. fiquei puta, claro, de não ter encontrado o 'kind of blue', mas pelo menos descobri tantas outras coisas novas e pouco ouvidas... mudei a ordem dos discos, arejei minha estante, mudei a poltrona de lugar, fiz um arranjo novo, mudei o que pude na minha sala! agora a arrumação vai pro quarto da minha filha, são seis anos de acúmulo de roupas, brinquedos e coisinhas infinitas e pequenas e coloridas que estão implorando arrumação. e vou aproveitando a disposição e o tempo pra isso, gosto de ter as coisas mais arejadas, no lugar certo. estou adorando o astral novo que a minha casa ganhou com essas pequenas mudanças. adoro a minha casa e a trilha sonora que existe nela. ah! e se você encontrar por aí o CD 'ary caymmi' do dorival caymmi com ary barroso, me fala, por favor, porque este também sumiu!!!
sexta-feira, 3 de julho de 2009
BRUTA FLOR DO QUERER
vontade sem fim de sair andando por aí, sem rumo ou destino certo... vontade de me perder um pouco do cotidiano, da rotina escalavrante que essa vida tem. vontade de ser eu mesma em outra paisagem... vontade de improvisar, arriscar um salto pra dentro de mim mesma. vontade de ser um mapa, destino, parada. vontade de ser fonte, marco, início e fim, como o sol ou a lua. vontade de ser em carne viva, filete de sangue. vontade de não querer nada nem ninguém... vontade de ser livre de tudo o que é previsível, ridículo ou absurdo. vontade de ser sozinha, como um dia fui e nunca mais serei... vontade de ser lágrima quente. vontade de ser música, fogo, fábula... vontade de ser cinza, alimento, adubo .... vontade de ser fotografia antiga, relógio sem ponteiros, moldura vazia... vontade de ser tinta, cor, textura... vontade de ser punhal, espelho, reflexo. vontade de ser criança, balanço, sorriso.... vontade de ser grito, urro, uivo! vontade de ser pingo, chuva, enchurrada... vontade ser rio, peixe, pedra. vontade de ser pegada na areia, rastro, sinal. vontade de voar... vontade de ser fala, pura palavra, plurilíngua. vontade ser pele, pêlo, arrepio. vontade de não ser... ah, bruta flor do querer!!
quinta-feira, 2 de julho de 2009
ÁUREA MARTINS
Áurea Martins é uma das maiores cantoras do Brasil. Disso nunca tive dúvida! Quando essa mulher solta a voz não tem pra ninguém! E o arrepio rola solto pela espinha, do cócix até o pescoço! Conheço Áurea da noite carioca, antes mesmo de vir morar no Rio de Janeiro. Toda vez que vinha ao Rio procurava saber onde ela estaria cantando e ia lá. Agora que moro perto (somos vizinhas, até!) procuro não perder a oportunidade! Sempre bem acompanhada de excelentes músicos e repertório irretocável, Áurea esbanja interpretação e generosidade!
É sempre um prazer ouví-la cantar, faz bem à alma. Acompanhei sua temporada no antigo 43, da rua do Ouvidor e no Santo Scenarium, recentemente! Agora ela vai cantar como nunca, depois do reconhecimento de melhor cantora de MPB pelo prêmio TIM, edição 2009, com o disco "Até Sangrar", lançado em 2008. "Até Sangrar" é um disco ímpar, foi produzido por Hermínio Bello de Carvalho e José Maria Rocha. Hermínio Bello dispensa apresentações e Zé Maria é um dos pianistas fabulosos que a musicalidade desse Brasil fez e faz. É um disco denso, intenso! com muito Lupcínio Rodrigues (Áurea, Zé Maria e Zezé Gonzaga tinham um show em homenagem ao Lupcínio Rodrigues e o disco resulta dessa parceria também...) mas tem ainda Chocolate, Vinícius, Tom Jobim, Donato e outros craques! além de uma versão inusitada de "Nada por mim" de Paula Toller e Herbert Vianna! Vale conferir!
Áurea Martins é uma estrela negra de voz rouca, preciosidade, uma verdadeira guerreira!!
Próximo show:
Áurea Martins convida Emilio Santiago.
Dias 08 e 09 de Julho
Teatro de Arena da CAIXA Cultural Rio.
Fotografia: Walter Firmo
É sempre um prazer ouví-la cantar, faz bem à alma. Acompanhei sua temporada no antigo 43, da rua do Ouvidor e no Santo Scenarium, recentemente! Agora ela vai cantar como nunca, depois do reconhecimento de melhor cantora de MPB pelo prêmio TIM, edição 2009, com o disco "Até Sangrar", lançado em 2008. "Até Sangrar" é um disco ímpar, foi produzido por Hermínio Bello de Carvalho e José Maria Rocha. Hermínio Bello dispensa apresentações e Zé Maria é um dos pianistas fabulosos que a musicalidade desse Brasil fez e faz. É um disco denso, intenso! com muito Lupcínio Rodrigues (Áurea, Zé Maria e Zezé Gonzaga tinham um show em homenagem ao Lupcínio Rodrigues e o disco resulta dessa parceria também...) mas tem ainda Chocolate, Vinícius, Tom Jobim, Donato e outros craques! além de uma versão inusitada de "Nada por mim" de Paula Toller e Herbert Vianna! Vale conferir!
Áurea Martins é uma estrela negra de voz rouca, preciosidade, uma verdadeira guerreira!!
Próximo show:
Áurea Martins convida Emilio Santiago.
Dias 08 e 09 de Julho
Teatro de Arena da CAIXA Cultural Rio.
Fotografia: Walter Firmo
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