domingo, 26 de junho de 2011

PIROUETTES

essas fotos ficaram perdidas um tempo mas eu tive a sorte de encontrá-las e, por serem tão tradutoras de uma leveza sempre desejada, resolvi postá-las. são do  espetáculo incrível que aconteceu durante o FIL - festival internacional de linguagens de 2010, organizado pela maravilhosa Karen Acioly e que contou com o impressionante grupo francês de balé aéreo "Pirouettes" e com música do grupo instrumental "Rabotnik". foi uma tarde linda no oi futuro do flamengo. o restante das fotos estão aqui no flickr: slide show. lembrando que o FIL chega a sua 9. edição em 2011. vida longa a esse festival incrível.  a programação do FIL, 2011 pode ser baixada aqui.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

PÉ, PLANTA, PALMA, MÃO.

 
flexibilidade é uma palavra a ser carregada na palmão da mão, na planta do pé, para o futuro.  pé, planta, mão.

J.R. DURAN E MULATU ASTATKE

uma das coisas que eu mais gosto de fazer é comprar livros de fotografia e discos de jazz. essa semana fiz as duas coisas, casadinhas. comprei o disco 'inspiration information' de mulatu astatke & the heliocentrics e ainda o livro 'cadernos etíopes' de j. r. duran. cheguei em casa, tomei aquele banho merecedor, coloquei o cedezinho pra girar e comecei a folhear o livro. tudo cheio de tons, texturas, força e sensualidade. o disco é de uma beleza única, muito raiz, muito livre e muito antenado com a sonoridade do mundo hoje. o livro é uma dessas preciosidades editoriais que a cosacnaify anda nos presenteando. fina flor de fotografias. recomendo um e outro, os dois juntos. aprecie sem moderação. pra quem quiser baixar o disco, vem aqui.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

AMOROSA

ando inspirada em imprimir minha cara nas coisas que eu gosto, de me ver através daquilo que me move. de me colocar dentro do meu mundo e das minhas coisas. se a inspiração é boa eu não sei, mas os discos que me servem de espelho são maravilhas desse mundo, isso eu tenho a mais absoluta certeza! decidi começar por 'matita-perê' de tom jobim e 'amoroso' de joão gilberto. aqui eu deixo o joão e eu, o resto vem depois, com mais inspiração, mais tempo e mais calma.

domingo, 19 de junho de 2011

CHICO, SIMPLESMENTE, CHICO.

o novo disco de chico buarque de hollanda, segundo promessas da produção, será lançado no dia 20 de junho e foi batizado de CHICO, simplesmente, CHICO, como nenhum outro disco da carreira do cantor e como ele é chamado por todos. espero, assim, um disco 'familiar', em tom intimista. e já conto as horas pra ter em mãos esse cedezinho mágico pois me sinto nas nuvens alimentada por esse desejo e essa vontade de colocar o bichinho pra girar. ouvir, reconhecer e divagar sobre as impressões dessa paisagem sonora que se descortina, mais uma vez, na obra de chico buarque. a capa é um lindo retrato em preto e branco, veja aqui uma cena de bastidor: http://www.chicobastidores.com.br/. e, em tempo, caetano veloso escreveu neste domingo, em sua coluna n'o globo, um texto inspirado sobre uma relação de espelhos na obra de chico buarque e do compositor guinga. vale a leitura. lembrando, antes do derradeiro ponto final, que hoje é aniversário do chico!

sábado, 18 de junho de 2011

MEIA NOITE EM PARIS

talvez eu possa contar a minha vida através das estreias dos filmes de woody allen no brasil. ressaltando, claro, que nasci quando me mudei para são paulo, em 1995, pois em uberlândia não passava nenhum filme de woody allen nas telinhas dos cinemas da cidade. e essa talvez seja uma boa maneira de contar a minha vida, depois dos meus 25 anos. mas essa história é longa demais e agora eu só queria mesmo e rapidamente falar do novo filme de woody allen, meu cineasta preferido. todo rodado em paris o filme conta com a presença da linda marion cotilard e de carla bruni, a primeira-dama francesa. MEIA NOITE EM PARIS é um dos filmes mais deliciosos de woody allen. preciso rever, claro. e não só porque é uma bela declaração de amor pela 'cidade das luzes', mas também porque o filme alimenta, justamente, o grande imaginário que sustenta essa cidade. vemos uma paris perdida no tempo e no espaço, uma paris submersa pela chuva, uma paris capital do século XX envolta em uma névoa de tempo e da fumaça de cigarros. uma paris que apunhala os mais inspirados homens do século passado, uma paris que esbanja o charme das noites etílicas e literárias dos cafés e atêlies espalhados pela cidade. uma paris em que os homens viviam pela sua arte, em nome dela, para ela, a custa dela. uma paris que só na sala de cinema podemos encontrar... a primeira cena já vale o filme. é um belo passeio pela cidade com seus cenários monumentais mas sem, no entanto, o afeto das paisagens turísticas, do olhar furtuito e rápido. e o olhar de woody allen sobre o cotidiano da cidade é requintado e elegante, flagrantes urbanos que chegam aos nossos olhos de maneira indelével e musical. pois, certamente, o clarinete de sidney bechet não vai sair da sua cabeça depois da sessão. recomendo, vá bem acompanhado, beba um vinho depois e corra atrás de dois livros: 'paris é uma festa' de ernest hemingway e 'os anos loucos - a paris na década de 20' de willian wiser.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

O TAMBORIL DE INHOTIM

quão loucos são os sonhos. essa noite eu tive um desses que me deixou algumas pistas, sinais. infelizmente quase nunca consigo me lembrar dos sonhos por inteiro. mas quando isso acontece eu fico muito feliz. o de hoje foi meio simbólico pois eu sonhei com uma grande árvore, uma árvore que eu já toquei, já senti, já respirei o mesmo ar que ela, já pisei, descalça, no mesmo chão que a sustenta. o sonho era em inhotim, um belo e imenso museu a céu aberto que fica em minas gerais, perto de belo horizonte. eu fotografei inhotim e a foto da árvore ilustra esse pequeno texto. inhotim é um lugar especial onde podemos conviver com arte e natureza de uma maneira natural, única. é uma experiência inesquecível e eu quero voltar lá brevemente. e deve ser por isso que eu sonhei com o tamboril, a árvore centenária que impera naquele lugar, pura vontade minha de estar lá novamente. o tamboril é tão grande e majestoso que suas últimas folhas quase tocam as nuvens que se embaralham em seus galhos quando olhamos pra cima. é incrível sentar embaixo dessa árvore centenária que, ao contrário do se pode pensar, não é considerada uma madeira-de-lei, é uma árvore que está mais sujeita a fungos, cupins e outras pragas e, por isso mesmo, ela é linda e milagrosa e sobrevive ali há muitos e muitos anos. mas, no meu sonho, o tamboril tinha mudado de lugar, sim, estava em outro lugar, um descampado, sozinho, mais vitorioso ainda. e eu me pergutava: como mudaram essa árvore gigantesca de lugar?  e então alguém me respondeu: fique tranquila, ninguém cortou a árvore em pedacinhos e a trouxe pra cá. trouxemos ela inteira, de uma vez só. então tá, sonho é sonho. e sabemos que o tamboril gigantesco, jamais, em hipótese alguma poderia ser arrancado inteiro de uma vez só, seria como arrancar o lugar todo, a paisagem que ali enfeita, desfazer o lugar, deixar uma cratera imensa e apagar uma centelha viva que mora nos meus desejos.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

SOBRE BLOGS, AUTOPROMOÇÃO E A DONA CRÍTICA

trecho do pertinente e instigante texto de bernardo carvalho publicado no blog do Instituto Moreira Salles:
"A diferença entre o diário íntimo e o blog pessoal é o que me faz ter horror dos blogs. E só agora, passado o momento em que tudo era novidade e surpresa, é que me lembro disso. Porque já não tenho o que dizer. Que é que vou dizer se o que eu penso ofende sempre pelo menos uma pessoa próxima? Se eu fosse escrever num blog o que se escreve nos diários, em uma semana já não tinha amigos (nem herança). E esse é um escrúpulo que o autor do diário não tem, porque, em princípio, não escreve para ser lido nem publicado (em vida, pelo menos). O blog, ao contrário, é escrito só para isso, descaradamente. Seu objetivo primeiro e principal é se fazer publicar e ser lido. A ideia é fazer, mais do que amigos, “seguidores”. A medida da qualidade do blog pessoal é o número de acessos, como aliás quase tudo na internet. E daí que o que se escreve num blog pessoal é sempre calculado, por mais íntimo, verdadeiro, grosseiro ou ofensivo que pareça. É sempre a imagem que o autor quer vender de si, seja ela qual for. O blog é herdeiro do marketing pessoal. Vive de e para a autopromoção. O que ele mostra é o que o autor quer mostrar de si. Tanto faz se é por vaidade, por narcisismo ou por carência. É o oposto do diário. Ninguém quer perder amigos."

E daí eu me  pegunto: será que é esse o motivo pelo qual as pessoas não se sentem à vontade em dizer o que realmente pensam? será que em tempos de internet, facebook e twitter estamos condenados a colecionar seguidores, fãs e  gente que bomba  o botão 'curtir' e a tecla 'compartilhar' e a morrer sem ouvir alguém dizer o que realmente acha sobre o nosso trabalho, nosso texto, nossa foto/piada/música? lembrando que seguidor de blog ou de twitter, contato de facebook e outras personalidades virtuais não são necessariamente 'amigos'. em tempos de internet tudo é ilusório e nos cercamos em uma prisão mental da vaidade que não há como fugir, a não ser se auto-deletando, se auto-excluindo... creio que nem toda crítica é destrutiva, eu procuro ouvir e aceitar e entender, sempre tentei. o exercício é difícil, desafio da vida, mas, sim, acho que a internet, apesar de toda a graça, significa o fim do pensamento crítico. se você fala mal ou se diz contra é simplesmente deletado, excluído ou bloqueado. o mundo virtual, nesse sentido, mais do que buscar a autopromoção de pessoas e de grupos, nem sempre talentosos, é uma massificação do pensamento, uma padronização do gosto, de imagens, de sons. fabricamos assim um mundo que nos é alheio e que não existe na esquina quando viramos a rua. não adianta ter mil seguidores se você almoça sozinho, acorda sozinha e planeja a sua próxima viagem independente de quem vai, ou não, te acompanhar. e assim as pessoas não conseguem mais falar o que pensam por medo de perder o amigo/seguidor/elogio fácil. mas o que fazer pra ressuscitar essa velha senhora aposentada, a dona crítica, no nosso mundo dos diários íntimos publicáveis?

quarta-feira, 8 de junho de 2011

FRAGMENTOS DE UM DISCURSO AMOROSO

decidi há um tempo que minhas fotografias e as coisas que eu escrevo e publico devem estar, originariamente, primeiramente, sempre, ligadas a mim, ao meu mundo e às coisas que eu faço.  "j'ai decidé faire de ma vie la matière même de ma parole", como já disse aqui. voltar meus olhos pra o meu corpo, meu rosto, minhas coisas, minha casa, para o que eu vejo, para o que me faz gelar, para o que deixa meu coração aos pulos, para o que me move, me toca, me molha, para o que me faz criar... comecei a série sobre a minha casa, sobre o lugar onde vivo e que me cerca, sobre isso que é a minha paisagem interna, para o que compartilho com alguns escolhidos mas que, mesmo que agora muitos possam ver, poucos podem entender.... dei o nome de fragmentos de um discurso amoroso, nome de um dos mais belos textos de roland barthes que eu li muito moleca, quase sem nada na cabeça, quase sem entender nada, revisitei o livro e uso o título, na aposta de que é preciso experiência pra entender um monte de coisas, é preciso tempo pra gente poder ver as coisas com olhos mais profundos. segue aqui o começo da série...

domingo, 5 de junho de 2011

CLARICE

clareia o
mundo como
um facho
um peixe
de luz

gregório duvivier

quinta-feira, 2 de junho de 2011

AS LINHAS DE STEINBERG


um verdadeiro escritor que, no lugar de palavras, só usava linhas. saul steinberg tem um desenho elegante que me encanta, adoooro desenhos com uma só linha, e nisso, ele é um mestre. um verdadeiro cronista bem humorado da sociedade moderna, do mundo urbano, da vida nas metrópoles. a exposição SAUL STEINBERG,  AS AVENTURAS DA LINHA está em cartaz no instituto moreira salles no rio de janeiro. imperdível! clique aqui e assita a um documetário sobre o artista.