quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

PALADAR REFINADO?

Saramago disse hoje no seu Caderno: "Meter uma lagosta viva em água a ferver e cozinhá-la ali é uma velha prática culinária no mundo ocidental. Parece que se a lagosta já for morta para o banho, o sabor final será diferente, para pior. Há também quem diga que a rubicunda cor vermelha com que o crustáceo sai da panela se deve justamente à altíssima temperatura da água. Não sei, falo por ouvir dizer, sou incapaz de estrelar convenientemente um ovo. Um dia vi num documentário como alimentam os frangos, como os matam e destroçam, e pouco me faltou para vomitar. E outro dia, que não se me apagou da memória, li numa revista um artigo sobre a utilidade dos coelhos nas fábricas de cosméticos, ficando a saber que as provas sobre qualquer possível irritação causada pelos ingredientes dos champús se fazem por aplicação directa nos olhos desses animais, segundo o estilo do negregado Dr. Morte, que injectava petróleo no coração das suas vítimas. Agora, uma curta notícia aparecida nos jornais informa-me de que, na China, as penas de aves destinadas a recheio de almofadas de dormir são arrancadas assim mesmo, ao vivo, depois limpas, desinfectadas e exportadas para delícia das sociedades civilizadas que sabem o que é bom e está na moda. Não comento, não vale a pena, estas penas bastam."

E os caranguejos que também vão pra água fervente ainda mexendo as garrinhas? E o tal do patê de Foie Gras (literalmente fígado gordo) que é produzido a partir das maiores atrocidades contra os gansos? Ultimamente tenho colaborado muito pouco com a matança de animais e o descaso com a natureza. Procuro ser uma consumidora consciente, uso e abuso dos alimentos orgânicos, ecologicamente corretos e tal... Evito ao máximo qualquer desperdício com os alimentos. Reduzi drasticamente o consumo de carnes, qualquer uma delas. Mas os alimentos orgânicos são muito mais caros e nem sempre posso comprá-los como gostaria. Adoro picanha, feijoada e salaminho, mas como com a felicidade de uma criança uma proteína de soja bem preparada ou um belo ovo caipira estrelado. E assim vou, procurando um equilíbrio para não deixar a balança pender muito para o lado de lá. O corpo também agradece!

4 comentários:

Arnaldo Heredia Gomes disse...

Já vi alguns chefes congelarem a lagosta viva, antes de colocá-la na panela. Dizem que é para aliviar seu sofrimento. Sinceramente, não sei como é que eles sabem que ela sofre menos sentindo frio do que sendo escaldada.

Só sei que adoro lagosta.

CINTIABLICIDADE disse...

Pois é, também sempre achei uma atrocidade danada tudo isso, uma pena o que fazem as galinhas, e os coitadinhos dos porquinhos, sério mesmo, acho uma pensa, já tentei de tudo, mas não resisto a um carangueijo bem preparado.
As fotos por enquanto só no orkut, e só algumas da minha (pobre) camera digital... mas adoro fotografia!!!
Obrigada pelo comentário!

Vanessa Dantas disse...

Admiro muito as pessoas que possuem um hábito alimentar equilibrado, zelando pelo sofrimento animal. Mas não consigo passar imune ao Foie Gras - como mesmo, não sempre, mas como. Beijo.

cris K disse...

ainda vou conseguir novamente o adesivo que tinha no carro do camarada: PORCOS SÃO AMIGOS, NÃO COMIDA.
inesquecível....kkkkk
espero que não tenha se assustado com o franguinho que dia desses foi pra panela. ficou divino!
bjs flor. escreve mais pq tá muito sumida viu.