terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

EDWARD CURTIS


Aproveitando a deixa da minha amiga, poeta, musicista e comediante Nora Fortunato, vou falar um pouco de Edward Curtis, fotógrafo norte-americano. Curtis nasceu em 1868 e seu interesse pela fotografia e pelos índios de seu país foi bastante precoce. Autodidata, confeccionou sua própria camera e começou a fotografar os nativos da região de Seatle, lugar onde morava, em um projeto que hoje resulta em 20 volumes de textos, 20 pastas e aproximadamente 2.500 imagens intituladas The North American Indian. Seu trabalho talvez seja o mais importante registro norte-americano de identidade visual dos costumes e tradições dos vários povos indígenas ancestrais do país. Curtis tinha consciência da morte dessas culturas nativas com a chegada das novas malhas ferroviárias, a expansão territorial, entre outros fatores... Os retratos são impressionantes, a força de cada linha do rosto de homens e mulheres que em poucos anos teriam seus descendentes dizimados de suas terras são de uma realidade brutal. No Brasil talvez possamos comparar o trabalho de Curtis com a pesquisa etno-fotográfica de Cláudia Andujar, fotógrafa que dedica sua vida ao conhecimento e registro da cultura yanomami. Quem mora ou vai a Curitiba poderá apreciar a exposição o "Legado Sagrado" de Curtis que está na Galeria da Caixa até 1 de março de 2009. Espero que essa exposição venha logo para o Rio de Janeiro. E quem tiver intresse em conhecer virtualmente alguns dos incríveis retratos desse fotógrafo aventureiro é só clicar aqui.

5 comentários:

Anônimo disse...

Importante trabalho e mais do que as fotografias da Cláudia Andujar os índios de Curtis me lembraram os retratos dos escrevos cariocas pelas lentes de Cristiano Júnior. Você deve conhecer!
Abraços,
Maurício L.

Andrea Nestrea disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Andrea Nestrea disse...

oi, maurício!
é claro que conheço os retratos do Cristiano Júnior! e você tem toda razão quando fala da semelhança nos dois registros (do curtis e do cristiano) não temos nem um, nem outro... a andujar tá aqui hoje, fotografando ainda e os yanomamis, espero, na luta pelas terras e pela preservação da cultura. daria um artigo interessante esse paralelo.
obrigada pelo comentário!

desafiofotografico.tudoejazz disse...

Fotografar o outro é uma maneira de falar sobre o outro, de se aproximar do outro, de ser o outro!

nora disse...

gente, desculpa ai o comentario que deixo no meio de outros de tanto valor, mas dar de cara com o PP aqui, é tudo de bom. Deia, fica entre nós e façamos reverencia, se é que vc me entende
besos