"A memória É uma ILHA de edição". Essa frase de Wally Salomão ecoa na taça da minha cabeça. É maio, e maio é assim, me invade. Ouço muito "Zona de fronteira", pois me sinto numa, e exponho a capa colorida do disco do trio Wally/Bosco/Cícero, 1999. Chico Buarque também não pára, e ele sorri na capa do disco, dentro de um retrato em branco e preto. Talvez esse seja o meu disco preferido do Chico, 1989. Lembro também da capa daquele disco da Bethânia que ouvi mil vezes ao lado da minha mãe "MEL", e tava ali o Wally, 1979. Macalé também me visita, no começo da noite, junto com um cigarro e uma taça de vinho, apesar do dia quente de hoje. O disco? Real grandeza, parcerias com Wally Salomão. Também aprecio nestes dias de maio a sombra, a luz da tarde e o sol morno, alternadamente. Provocações de sensações sub-reptícias. Tudo em pequenas doses diárias, como uma homeopatia.E penso que eu gostaria de ter um lixo escondido, um armário de sensações com infinitas gavetas e cabides para pendurar e dobrar imagens, desejos, buscas... ou um recepiente que trouxesse estampado o símbolo de "reciclável" na tampa. Se eu fosse o poeta diria "Não fico parado, não fico calado, não fico quieto. Corro, choro, converso e tudo mais jogo num verso intitulado MAL SECRETO."
2 comentários:
Wally Salomão é fundamental, espécie de demiurgo moderno. Um poeta militante da poesia!
Dos discos só não conheço o Real Grandeza, é póstumo?
Grande abraço,
Horácio Pontes
Marvilhosos vinis, esse da Bethânia eu já tive.
Mas minha admiração vai mesmo para o querido Antonio Cicero, poeta que admiro muitíssimo.
Um beijo e uma ótima semana!
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