terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

VENTANIA

um vento bravo entrou pela minha janela, derrubou o vaso de terra no chão, fez rolar a bola branca da luminária japonesa pela casa inteira, bateu a porta da sala com estardalhaço e quebrou o vidro que se estilhaçou em mil pedaços.
por um momento pensei, é ele o vento e eu o vidro, mil pedaços que agora não fazem sentido algum.
na confusão louca dos meus sentimentos pedi distância, tempo pra pensar no que não se pensa.
bobagem, "o que a gente sente, sente."
e esse vento ventante, ventador e altaneiro refrescou tudo a minha a volta.
entrou num rompante.
impossível colocar rédeas se ele entra sem pedir licença.
se ele é solto e livre e forte,
como um desejo.
"como um sangue novo
como um grito no ar
correnteza de rio
que não vai se acalmar"

6 comentários:

Gustavo Cunha disse...

oi andrea
literalmente, é o "vento bravo" !

às vezes é até bom que ele venha para levantar a poeira, circular o ar e dar movimento em algumas coisas

bjs,

Eli Carlos Vieira disse...

"Vento de maio, rainha dos raios,
Estrela candente.
Chegou de repente,
O fim da viagem,
Agora já não dá mais
Pra voltar atrás..."
(Lô Borges, na voz de Elis)

Música que tem um tom triste.
Espécie de lamento por algo que é invevitável.
Senti esse clima em seu texto.
O natural e inevitável, que chega,
Faz o que quer,
E depois vai-se...

Beijo!

Anônimo disse...

guzz!! é bom sentir o vento!
eli, sim, ventania passa, mas deixa marcas indeléveis!

beijo nos dois!

Vanessa Dantas disse...

Ótimo texto, Andrea!

E tens razão, passa, mas deixa marcas...

Beijão

figbatera disse...

Ah! Que bom, vc tornou seus textos, agora, mais legíveis. (Agradeço - e acho que todos os seus leitores tb - a sua gentileza em atender à minha sugestão; não doeu nada, né)

E esse "vento bravo" passou perto de mim também...
Abração!

Petrus disse...

"Um vento bateu dentro de mim
Que eu não tive jeito de segurar
A vida passou pra me carregar
Preciso aprender os mistérios do mundo
Pra te ensinar"
:)))