sábado, 27 de dezembro de 2008

HILDA HILST

as lagartas subiam nos troncos das árvores.
ela: bonitas, não?
ele: tem gente que morre de medo
ela: tem
ele: o melhor é jogar álcool e queimá-las
ela: meu deus!
ele: é, porque elas destroem as folhas, matam a árvore
ela: ah, é? mas são tão bonitas, não? eu não poderia queimá-las por causa da beleza
ele: mesmo sabendo que elas vão destruir as folhas? folha é menos vida.. ou não?
ela: também não sei, mas as lagartas parecem mais... mais carne, hen? e carne tem a ver com a gente
ele: eu me chateio com esse tipo de reflexão
ela: não me diga benzinho
ele: você se aborreceu
ela: e com a minha boceta você se chateia?
ele: é melhor eu ir embora...
ela: e esfregando o meu rabo na sua cara você se chateia?
ele: tô indo embora
ela: e te dando esse tiro no peito você se chateia?
o homem caiu ali no jardim, estatelado, ela só disse"que cara cafajeste", correu, sumiu. um menino viu a mulher correndo até ela sumir. virou-se e pensou: que mulher linda, meu, que rabo! taí uma que eu queria que esfregasse o rabo na minha cara. riu, muito contente.

é o teu primeiro conto Júnior?
é
é bom
você não nada mais, Júnior?
não

estar sendo, ter sido

Um comentário:

Petrus disse...

Um final surpreendente!
:)))