muitas vezes eu torço o nariz para a arte contemporânea. confesso que estudo pouco e conheço quase nada do assunto. mas encontro muita coisa que, sem dúvida, me emociona. lucien freud foi um desses que, desde que conheci, gostei bastante. nunca vi uma obra sua cara a cara e nem sei se já houve alguma exposição no brasil de seus quadros. só conheço pelos pesados livros de arte e pela salvadora internet. dizem que as sessões de nu que ele fazia com os amigos que retratava duravam horas, deixando seus modelos exauridos e fatigados. ele gostava da cara cansada, realista, sem máscara. neto de freud, o pai da psicanálise, lucien freud tem uma frase que eu gosto muito: "eu pinto pessoas, não precisamente pelo que elas se parecem, não exatamente pelo que elas são, mas como eles deveriam ser". e é sempre assim,não é mesmo? o artista, no retrato e na pintura, traduz, à sua maneira, aquilo que vê em cada um. mas o que mais me seduz no trabalho de lucien freud, além da pincelada forte, da tela cheia texturas e tons que caminham para o sépia, é o traço autobiográfico que ela carrega. ele pintava seus amigos, sua família, seus amores, suas fantasias. são inúmeros os autorretratos. a vida de cada um, eu creio, é matéria suficiente para a arte de cada dia! o pintor morreu hoje, aos 88 anos.
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