domingo, 16 de agosto de 2009

MIRANDA

Miranda é a cachoeira da minha vida. Linda e pequenina, mas exuberante e forte! Chegar até a sua queda é tranquilo, mas é sempre uma aventura. Passar a tarde ali é renovar energias, limpar a alma e lavar o ânimo! Nem sei quantas vezes fui ali me banhar, apreciar o tempo da água despecando, das folhas caindo e da força do vento ao pentear as folhagens à volta dele.... Dou o dito. Abrenúncio. Essas melancolias. O senhor vê: existe cachoeira; e pois? Cachoeira é barranco de chão e água caindo sobre ele, retombando; o senhor consome essa água ou desfaz esse barranco, sobra cachoeira alguma? Viver é muito perigoso!
Guimarães Rosa

2 comentários:

Vanessa Dantas disse...

Cachoeira: taí algo que sou apaixonada! Lava, limpa e acalma... Beijo.

A n d r e a disse...

A chachoeira de miranda é a paisagem mais visitada das nossas
vidas, por ser tão muito da cidade. Todo fim de semana ensolarado,
todo final de balada madrugada, durante os dias de marasmo!!
Quando chegamos descendo agarrados em cipó, já sentimos o seu
chuvisco perfumado de lírios d´água no rosto. Á beira da queda
forma-se o poço contornado de pedras e mata, e cavernas, com o
fundo macio de areia. O ar tem cheiro água de lírio avivado pelo
sol. Um grito ancestral nos vem com a vista de tudo isso,
da cachoeira enxurrada; eu salto, nado até ela, tento pegar os
seus arcos-íris, sentir o véu da chuva nas minhas costas.
Eu me espicho e fico quieta, nada me falta. De repente não
existe mais nada, só você e os sons da natureza.