quarta-feira, 13 de abril de 2011

O CADERNO AMARELO

'caminhar de mãos dadas atravessando estações' é uma das páginas d'o caderno amarelo'. 'o caderno amarelo' era pra ter sido uma homenagem, uma declaração de amor, a tradução de uma vontade de estar junto, um gesto de absoluta entrega e motivação. quando ele começou a ser 'escrito' existia tudo o que movia, existia uma admiração incondicional e um afeto cego que se foi como éter, evaporou, desapareceu, num átimo, num istmo, num lapso... o caderno ficou inacabado e, por motivos não aleatórios, ficou sem meio, ficou sem fim. o caderno é a materialização de certas frases, de certos momentos, de alguns desejos e constatações que a gente só tem quando está apaixonado e vive num mundo onde só cabem duas pessoas. 'o caderno amarelo' foi entregue a quem ele foi dedicado inicialmente, mas acabou sendo devolvido. eu pedi que ele me devolvesse. e ele me devolveu. se fosse eu a pessoa que tivesse ganhado esse caderno, eu juro, jamais devolveria, guardaria pra sempre... por isso, esse caderno pertence a quem o concebeu. e apesar de tudo o que o  inspirou não existir mais - e talvez nunca tenha existido, esse caderno, quando começou a ser escrito, era só desejo de querer bem, de bem querer... nada que o originou previa que seu fim seria ficar dentro de um envelope pardo, escrito 'apto 1215' a caneta azul, no fundo de uma gaveta escura...suas folhas agora são uma espécie de lembrança de algo perdido, de algo que não faz e não fez nenhum sentido. é uma espécie de memória de um lugar que a gente conhece e mas não sabe mais como chegar... segue aqui o link para quem quiser ver o caderno inteiro, mesmo sem fim...: o caderno amarelo no flickr.

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